Existe em todo o mundo, atualmente, uma preocupação dos órgãos de saúde pública sobre o uso abusivo de anabolizantes dentro e fora do meio esportivo.
O crescente uso de anabólicos com fins estéticos tem atraído um olhar de alerta cada vez maior para os profissionais da saúde.
A supervalorização do físico pela indústria e comunicação de massa, tem levado os jovens cada vez mais cedo a fazerem consumo exagerado dessa droga.
Um estudo realizado na Universidade de Massachussets com 975 crianças entre 9 e 13 anos, gerou resultados alarmantes.
Foi observado que 32% dos garotos conheciam um colega da mesma idade que estava utilizando esteróides anabólicos. E ainda: 2,7% dos meninos e 2,6% das meninas admitiram consumir tais substâncias.
Mas afinal, o que é Anabolizante?
Os esteróides anabolizantes são medicamentos que funcionam como esteróides produzidos por nosso organismo.
Os hormônios esteróides anabólicos androgênicos (EAA) compreendem a testosterona e seus derivados.
Eles são produzidos nos testículos e no córtex adrenal, e promovem as características sexuais secundárias associadas à masculinidade.
Alguns exemplos seriam calvície, pêlos no rosto e no corpo, voz grossa, maior massa muscular, pele mais grossa e maturidade dos genitais.
Na puberdade, produz acne, crescimento peniano e testicular (em relação a comprimento e diâmetro) e fusão da epífise óssea, cessando assim o crescimento em altura.
Os homens produzem cerca de 4 a 9 mg/dia podendo ser aumentada com a prática intensiva de atividade física.
As mulheres produzem cerca de 0,5 mg/dia de testosterona, por isso a maior dificuldade em adquirir hipertrofia muscular.
Como surgiu a droga?
No ano de 1935, a testosterona foi sintetizada pela primeira vez, e em 1939 começou a ser utilizada para melhorar o desempenho atlético. Nos anos seguintes teve grande proeminência no meio olímpico.
Em 1950, os esteróides anabólicos começaram a ser utilizados no meio clinico no tratamento de pacientes com deficiência nos estrogênios naturais ou que sofriam de doenças caracterizadas por desgaste muscular.
Entretanto ultimamente o anabolizante tem sido grandemente utilizado pelos fisiculturistas profissionais.
Em média um consumo de 90% dos fisiculturistas profissionais do sexo masculino e por 80% dos do sexo feminino, com a esperança de melhorar o desempenho físico e adquirir uma maior hipertrofia muscular.
Qual a indicação dos Anabolizantes?
No final da 2ª Guerra Mundial os androgênios eram utilizados no tratamento de pacientes em condições terminais ligadas a debilidade crônica, bem como no traumatismo, em queimaduras, na depressão e na recuperação de grandes cirurgias.
Apenas na década de 50 os esteróides anabólicos começaram a ter maior aceitação médica.
Segundo o nutrologista Adriano Faustino, os anabolizantes possuem vários usos clínicos, tendo como função principal a reposição da testosterona em casos patológicos de deficiência crônica.
Também pode ser utilizada em problemas testiculares, câncer de mama, angioedema hereditário, anemia aplástica, endometriose grave e estímulo do crescimento em caso de puberdade masculina tardia.
O uso estético de anabolizantes vem crescendo a cada ano. Trata-se de uma prática muito perigosa, visto que é feita sem acompanhamento médico e as pessoas usam drogas produzidas clandestinamente sem o controle dos órgãos responsáveis.
Quais os riscos do uso de Anabolizantes?
Muitos jovens, fazem hoje uso indiscriminado de anabolizantes para ficarem “bombados”, afim de se tornarem mais atraentes e fortes para impressionar os amigos e as garotas.
Embora o seu uso seja capaz de trazer esse objetivo, os anabolizantes possuem diversos riscos para a saúde do indivíduo.
Essa semana infelizmente mais uma vida foi ceifada pelo uso abusivo de anabolizantes.
Segundo o G1 o jovem era fisiculturista e participava de competições até no exterior.
Os anabolizantes possuem diversos efeitos colaterais. Segundo o Médico Nutrólogo, Adriano Faustino, o uso abusivo de esteróides pode levar a tremores, acne grave, retenção hídrica, dores nas articulações, aumento da pressão sanguínea.
Observa-se também alteração do metabolismo do colesterol (diminuindo o HDL e aumentando o LDL com elevação do risco de doenças coronarianas), alterações nos testes de função hepática, icterícia e tumores no fígado, policitemia
E ainda problemas como a exacerbação da apneia do sono, estrias e maior tendência às lesões do aparelho locomotor (pois as articulações não estão aptas para o aumento de força muscular).
Além disso, os indivíduos que fazem o uso de anabolizantes injetáveis correm o risco de compartilhar seringas contaminadas e se infectar com os vírus da AIDS ou da hepatite B ou C.
Ainda se observam efeitos colaterais nas particularidades de cada sexo.
No homem, ocorre diminuição ou atrofia do volume testicular, redução da contagem de espermatozoides, impotência, infertilidade, calvície, oligúria e disúria, hipertrofia da próstata e desenvolvimento de mama com ginecomastia nem sempre reversível.
Na mulher, Crescimento de pêlos com distribuição masculina, alterações ou ausência de ciclo menstrual, hipertrofia do clitóris, voz grave e diminuição de seios (atrofia do tecido mamário).
Conclusão
Em suma, o uso dos esteróides anabólicos como qualquer outra droga, deve ser sempre avaliada.
Deve-se levar em conta se uso terapêutico sobressai aos efeitos colaterais.
Em doses terapêuticas e sob a supervisão médica, sua administração causa poucos efeitos colaterais, já seu uso de forma indiscriminada, com objetivos estéticos é capaz de trazer graves riscos à saúde.